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Pesquisa investiga uso de bagaço e borra de vinícolas para tratar e prever doenças
24 de Março de 2023 as 15h 00min
Amostras testadas em laboratório dos biocompostos - Foto por: Arquivo/pesquisadora
Pesquisa fomentada pelo Governo de Mato Grosso, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat), busca potencializar o uso de resíduos da produção vinícola (constituídos por bagaços e borra), procurando alternativas para incorporá-los em produtos que possam trazer benefício para a saúde.
Os resíduos de vinícolas são constituídos por bagaço e borra. O bagaço é composto pela semente e casca da uva, retirados após a primeira fermentação, e a borra constituída pelos sedimentos (partículas sólidas) retirados após a segunda fermentação. Cerca de 60% da colheita de uva é utilizada para vinificação, gerando um resíduo de bagaço de aproximadamente 5% do peso das uvas processadas, e do vinho total produzido pelas vinícolas 4% é borra.
Embora esses resíduos sejam descartados, há indícios de que eles possuam grandes quantidades de substâncias antioxidantes, entre outras, que são potencialmente benéficas para tratar e prevenir diversas doenças.
A pesquisa é coordenada pela professora doutora Fernanda Regina Casagrande Giachini Vitorino, do campus Araguaia, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), por meio do edital Mulheres e Meninas na Computação, Engenharias, Ciências Exatas e da Terra 2022.
“Nosso primeiro alvo terapêutico é verificar o uso desses resíduos para tratar a hipertensão arterial, uma doença que acomete um a cada cinco adultos no mundo todo. Embora existam muitos medicamentos para tratar a hipertensão arterial, muitos pacientes não respondem às terapias disponíveis, e precisamos buscar outras opções para tratar essa doença” ressalta a pesquisadora.
O delineamento experimental inicial do projeto é de 15 meses, sendo que, passada a metade do prazo, os pesquisadores já obtiveram resultados que chamaram a atenção, tanto em relação a quantidade de biocompostos encontrados nos resíduos vinícolas quanto em relação ao potencial anti-hipertensivo.
A coordenadora da pesquisa afirma que os resultados iniciais são animadores e as possibilidades de aplicação são inúmeras, principalmente com a introdução de produtos nutracêuticos no mercado de consumo, que são alimentos e componentes alimentícios com apelos médicos ou de saúde.
LABORATÓRIOS MULTIUSUÁRIOS
Para o desenvolvimento da pesquisa, a coordenadora, juntamente com a aluna de iniciação científica Lorrayne de Souza Oliveira, do laboratório de Biologia Vascular e Histopatologia do Campus do Araguaia/UFMT, são as responsáveis por realizar o tratamento de animais hipertensos com uma ração enriquecida com os resíduos da produção vinícola.
“Avaliamos semanalmente se esse tratamento consegue reduzir os níveis pressóricos desses animais, utilizando a aferição da pressão arterial desses ratos, in vivo, por meio da plestimografia de cauda”, explica.
Depois, a doutora Raiany Alves de Freitas e a mestranda Taynara Santos Santana utilizam os mesmos animais para avaliar se esse tratamento foi capaz de reverter danos vasculares, através de estudos in vitro com miógrafos de órgãos isolados.
A equipe de pesquisa conta ainda com a doutora Paula Pertuzatti, que, além de auxiliar na criação do projeto, é especialista na busca desses biocompostos. Na identificação química, a pesquisadora, juntamente com as mestrandas Kelly Claire de Moura da Costa e Betânia Branco Tiago de Queiroz, e a aluna de iniciação científica Julia Correia Silva, realizam a bioprospecção dos componentes utilizando cromatografia gasosa, cromatografia líquida de alta performance, ensaios de oxidação, entre outros ensaios de identificação.
Fonte: DA REPORTAGEM
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