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PL das fake news ou da censura?
06 de Maio de 2023 as 06h 00min
Essa é a pergunta fundamental. De acordo com a resposta, já se sabe o que a pessoa conhece sobre o assunto, mas no meio do “tiro, porrada e bomba” em que a política nacional vira em qualquer discussão, o que realmente interessa nisso é: se há lei na vida real, por que no mundo virtual seria diferente?
Basicamente, uns defendem porque acham que isso vai prejudicar a oposição e outros lutam contra por verem no projeto uma forma de atacar o governo atual. Enfim, todo mundo “mais perdido que cego em tiroteio”, o que é compreensível porque o assunto é complexo. Por exemplo, o Sr. Mark Zuckerberg, dono Facebook, Instagram e WhatsApp, ganha dinheiro sem gravar um vídeo, escrever um texto ou mesmo tirar uma foto. Ok, existe toda a questão de tecnologia disponibilizada ao público, mas quem dá vida para as redes sociais é... a população.
O problema é que a internet é como um espelho e reflete como você está no momento. Cada curtida e comentário é como se fosse o preenchimento de um questionário informando as suas preferências. Sabendo disso, as “big techs” enviam mais e mais conteúdo do seu interesse para que você continue na internet, o que forma as tais “bolhas”, onde parece que todos pensam exatamente como você. Independente se a ideia compartilhada pelos seus contatos tem algum nexo ou não. Nesse caso, vamos refletir: se as redes sociais e sites de busca, como o Google, manipulam o que você tem acesso para mostrar anúncios e temas do seu interesse, por que eles não fariam a mesma coisa com a política? E esse é só um dos pontos da discussão.
Para provar que a coisa precisa melhorar no mundo virtual, não é sintomático que o “PL das Fake News” tenha sido o alvo de tanta fake news da última semana?
Justiça com as próprias mãos?
Existem vários apelidos para ele, mas trata-se simplesmente do projeto de lei, por isso o tal “PL”, de número 2630. O texto, que foi colocado para votação na Câmara, previa que as “big techs” poderão ser responsabilizadas pela circulação de conteúdos que se enquadrem como crime na lei brasileira. É compreensível que elas não tenham gostado. Pela absurda quantidade de informação postada diariamente pelos usuários, monitorar tudo é realmente uma tarefa complicada e certamente cara. Mas esse não é o único problema para elas: o que gera mais bate-boca nas redes sociais que notícia sobre política, esporte, violência e celebridades? Aliás, o que gera mais conversa do que notícia? Mas como ficam aqueles que fazem a notícia nisso tudo? Se o PL 2630 for aprovado como está, as “big techs” passarão a ter que remunerar empresas de comunicação pelo material jornalístico compartilhado em suas plataformas. O Facebook, por exemplo, já paga por isso na França, por que não aqui?
Obviamente o texto pode ser melhorado, mas o que não precisa ser aperfeiçoado? As ameaças de atentado em escolas de todo o país são prova de que, como está, “algo errado não está certo”. Igualzinho naquele antigo meme, ainda dos tempos do Orkut. Enfim, a votação do último dia 2 foi adiada e seguem as articulações, com possível mudança no texto. Trabalho para nossos nobres parlamentares.
No mais, tudo o que é muito teórico tende a ficar só no blá-blá-blá, mas a coisa é simples. Nesse mundo, tudo começa ou termina em dinheiro, como bem sabe a galera do Facebook e Google. Quem é contra segue no seu direito de torcer para que o “PL da Censura” não seja aprovado, mas para os que são a favor, e geralmente chamam o projeto de “PL das Fake News”, pode-se curtir, compartilhar e torcer pela aprovação, só que isso depende de muita coisa e leva tempo. Como tudo sempre pode ser mais objetivo, pode-se simplesmente evitar passar para frente informações de fontes duvidosas e, no caso do jornalismo, é possível apoiá-lo de várias formas. Uma delas é fortalece-lo fazendo a assinatura de um jornal ou portal da sua cidade, o que não custa muito mais do que o preço de algumas cervejas.
É necessária a discussão das leis por quem é pago para isso, mas nem tudo precisa vir de Brasília, não é? A democracia é feita “aqui embaixo” também.
Fonte: FERNANDO RINGEL É JORNALISTA E PROFESSOR UNIVERSI
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