PL enfrenta impasses para montar chapa de 2026

01 de Julho de 2025 as 10h 13min

O Partido Liberal (PL) ainda não tem um desenho claro para as eleições de 2026 em Mato Grosso. As movimentações são intensas, mas os impasses entre lideranças políticas colocam em xeque a costura de uma chapa majoritária competitiva.

O presidente regional da sigla, Ananias Filho, admitiu que tem enfrentado dificuldades para acomodar nomes como o senador Wellington Fagundes, o deputado José Medeiros, o governador Mauro Mendes (União) e o vice Otaviano Pivetta (Republicanos). Todos com projetos distintos, mas com interesses que se cruzam.

Fagundes é o nome mais citado internamente para a disputa ao governo estadual. O senador conta com apoio de parte do partido, mas ainda sofre resistência entre os bolsonaristas mais radicais. Nos bastidores, é alvo de críticas por seu histórico de alianças à esquerda.

Do lado de Mauro Mendes, a indefinição é estratégica. O governador se movimenta para disputar o Senado, mas depende de um acordo dentro do União Brasil. Caso tenha que apoiar Jayme Campos ao governo, poderá se ver obrigado a migrar de partido, o que abre margem para um ingresso no PL.

Essa hipótese, no entanto, encontra um obstáculo: José Medeiros. Forte dentro do bolsonarismo, o deputado é pré-candidato ao Senado e não pretende abrir espaço, mesmo com duas vagas disponíveis em 2026.

Na prática, o histórico mostra que candidaturas semelhantes no mesmo espectro ideológico tendem a se neutralizar nas urnas. A possibilidade de Mendes e Medeiros na mesma chapa é vista como inviável.

Já Pivetta mantém a ambição de disputar o governo. No PL, encontra barreira por conta da defesa de candidatura própria. No União, precisaria superar Jayme Campos. Apesar do apoio de aliados estratégicos como Mauro Mendes e Abilio Brunini (PL), o vice-governador segue isolado politicamente.

Com o recuo de nomes como Odídio Balbinotti, a pressão sobre Fagundes aumenta. O desafio é consolidar seu nome dentro do PL e, ao mesmo tempo, superar as divisões internas e as rusgas com os setores mais ideológicos da base.

Fonte: DA REPORTAGEM