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Porcos de transplantes oferecem bacon seguro para alérgicos a carne vermelha
25 de Julho de 2024 as 08h 52min
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Algumas pessoas que desenvolvem uma alergia rara e perigosa à carne vermelha após a picada de um carrapato-estrela-solitária (Amblyomma americanum) nos Estados Unidos podem, surpreendentemente, consumir carne de porco de uma fonte específica: porcos geneticamente modificados criados para pesquisas de transplante de órgãos.
No entanto, essa carne específica ainda não está nas prateleiras dos supermercados. A empresa que criou esses porcos especiais, a Revivicor Inc., compartilha sua pequena oferta, gratuitamente, com pacientes alérgicos.
“Recebemos centenas e centenas de pedidos”, disse David Ayares, que lidera a Revivicor, exibindo ao Medical Xpress um freezer cheio de pacotes de hambúrgueres, presunto, costelas e costeletas de porco.
A alergia é chamada de síndrome alfa-gal, nomeada por causa de um açúcar presente nos tecidos de quase todos os mamíferos — exceto em humanos e alguns outros primatas. Ela é causada pela picada do carrapato-estrela-solitária (Amblyomma americanum), normalmente encontrado em partes dos Estados Unidos e no México.
A síndrome pode causar uma reação alérgica grave horas após o consumo de carne bovina, suína ou qualquer outra carne vermelha, ou certos produtos de mamíferos, como leite ou gelatina.
Não há órgãos humanos doados suficientes para atender a demanda, então os pesquisadores estão tentando usar órgãos de porcos. O mesmo açúcar alfa-gal é um grande obstáculo, pois faz com que o sistema imunológico humano destrua imediatamente um órgão transplantado de um porco comum. Assim, o primeiro gene que a Revivicor inativou ao começar a modificar geneticamente porcos para transplantes de animais para humanos foi o que produz o alfa-gal.
Embora os xenotransplantes ainda sejam experimentais, os porcos “GalSafe” (seguros para consumo de quem possui a síndrome) da Revivicor receberam aprovação da FDA (Food and Drug Administration) em 2020 para serem usados como fonte de alimento e potencial fonte para terapias humanas. A FDA determinou que não havia nível detectável de alfa-gal em várias gerações desses porcos.
A Revivicor, uma subsidiária da United Therapeutics, não é uma empresa de alimentos — ela pesquisa xenotransplantes. Até agora, a empresa não encontrou ninguém no setor agrícola interessado em vender a carne de porco GalSafe. Ainda assim, “este é um porco de pesquisa que a FDA aprovou, então vamos levá-lo aos pacientes”, descreveu Ayares sobre o início das remessas há alguns anos.
O rebanho GalSafe da Revivicor está alojado em Iowa e, para manter seus números sob controle, parte da carne é periodicamente processada em um abatedouro certificado pelo Departamento de Agricultura dos EUA. A Revivicor então envia remessas congeladas para pacientes com síndrome alfa-gal que preencheram uma solicitação para o porco. Cartas de agradecimento relatando a alegria de comer bacon novamente enchem um quadro de avisos perto do freezer no escritório corporativo da Revivicor.
Fonte: DA REPORTAGEM
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