Procura por academias, studios e pilates cresce 20% no início de ano

29 de Fevereiro de 2024 as 05h 30min

Sabe aquelas promessas de final/início de ano: “vou ser fitness, vou fazer academia”, entre tantas outras? Pois é, o que antes costumava ser fogo de palha, mera empolgação natural para colocar o corpo em dia – mas logo depois desanimar –, está deixando de ser uma tendência entre os atletas não profissionais, com quadro se revertendo.

A procura por atividades físicas, academias, studios, pilates e produtos fitness para quem começou a correr atrás do chamado “projeto verão” aumentou neste período do ano. Os cuidados com a estética e qualidade de vida por meio da prática de esportes, no entanto, foram destaque durante todo o ano de 2023, com crescimento do consumo atrelado ao universo das atividades físicas.

Levantamento realizado pelo Itaú Unibanco registrou um aumento de 35% neste ano no valor transacionado com academias (seja diretamente ou por plataformas de assinatura), moda esportiva e suplementação em comparação com 2022, com um ticket médio de R$ 146,97. Os dados abrangem compras realizadas via cartões de crédito e Pix entre janeiro e novembro, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Em Sinop, alguns espaços tiveram um aumento inédito. O educador físico e nutricionista Moacir Wrzsciz, proprietário do Studio Hobbie, conta que, tradicionalmente, na virada de ano, havia queda no número de alunos, visto que muitos desistiam de continuar se exerciando de um ano para o outro.

Entretanto, nesses dois primeiros meses de 2024, ele notou um aumento de 20% na procura – sem contar a taxa de permanência dos alunos. “Desde o ano passado, muitos alunos novos manifestaram interesse em reservar um horário e efetivamente iniciaram a atividade física. Em outros  anos, muitas vezes essa ‘febre’ começava e acabava rápido, e não foi isso que notamos agora”, destaca Wrzsciz.

O Studio Hobbie é só um exemplo que ilustra a pesquisa do Itaú. Os dados ainda mostram que as redes de academias, em todo o país, registraram crescimento de 27,7% em volume e de 25% na quantidade de transações.

No caso do Studio, a mudança para um endereço tornou-se uma estratégia e colaborou para o aumento da procura. Após a inauguração do prédio próprio, no início de julho do ano passado, a visibilidade chamou atenção. “Muita gente passava em frente, mas tinha certa resistência em começar uma rotina de exercícios. Até que decidiram conhecer, se encantaram e não pararam. Fazer exercícios é fundamental não apenas para o corpo, mas para a mente”, destaca o empresário.

FAIXA ETÁRIA

Composta por pessoas nascidas entre a segunda metade da década de 1990 e o ano de 2010, a geração Z contribuiu para impulsionar o crescimento no setor fitness. Com um aumento de 65% em volume e alta de 58,7% em quantidade de transações, o público mais jovem foi o que apresentou o maior salto no consumo de produtos relacionados a academias em 2023.

Ainda na análise por idade, a geração Y (nascidos entre 1982 e 1994) ficou na liderança em participação, sendo responsável por 45,9% das transações e por 45,4% no valor total transacionado.

De acordo com os dados levantados, as pessoas com maior renda também foram as que mais tiveram gastos com academias e universo fitness. Nesse contexto, o público com renda de mais de dez salários-mínimos por mês teve 32,3% de participação no volume transacionado e de 27,7% no total de transações.

Fonte: JOSÉ ROBERTO GONÇALVES