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Redução de custos na agricultura e alta produtividade na pecuária com ILPF
10 de Agosto de 2023 as 09h 47min
Comemorou-se em julho o Dia de Proteção às Florestas, com o intuito de celebrar a importância da preservação das matas nativas. No Brasil, cerca de 17,4 milhões de hectares de área produtiva são destinados para o sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), grande contribuinte da conservação da biodiversidade brasileira.
Sistema este que, há quase 20 anos, faz parte da Fazenda Flor Roxa da família Vellini, em Jardim Olinda/PR.
A ILPF é uma estratégia de produção que otimiza espaço nas propriedades rurais, pois integra diferentes sistemas produtivos, agrícolas, pecuários e florestais dentro de uma mesma área. Tal forma de sistema integrado melhora o uso da terra, elevando os patamares de produtividade, reduzindo a necessidade de abertura de novas áreas.
A Fazenda Flor Roxa, que fica na divisa com São Paulo à beira do Rio Paranapanema, tem aproximadamente 400 hectares, onde é realizada a integração soja/milho com a pecuária, além de espaço para rotação de soja com cana-de-açúcar e plantio de eucalipto. Mas, nem sempre foi assim. A fazenda, adquirida em 1986 e gerida pelos produtores César Vellini e Vitor Vellini, pai e filho, começou apenas com reforma de pastagem, em 1994, quando rotacionavam algumas culturas, como milho e milheto. Só em 2006 é que a Integração Lavoura-Pecuária (ILP) teve início na propriedade, sistema vigente, portanto, há cerca de 17 anos.
Atualmente, estão na colheita do milho e assim que terminarem os trabalhos, entrarão com o gado na área para aproveitar a palhada de Brachiaria spp., em seguida retiram o gado e fazem a dessecação para entrar com soja. “Recuperamos a cada três anos 25% da área total, e assim vamos fazendo mais rotação e o sistema de integração contínuo”, diz César.
Além de soja, milho e pecuária, a propriedade arrenda uma parte para plantio de cana-de-açúcar. “Para nós, os benefícios da ILPF são inúmeros, temos aumento da produtividade, qualidade do pasto, ganho de peso do animal, melhora na qualidade do solo e renda na propriedade”, explica o agropecuarista que estudou agronomia e conduz o negócio todo em família.
RENDA E SOMBRA PARA O GADO
Na Fazenda Flor Roxa, a produção de grãos e a pecuária tem em seu entorno o eucalipto, com cerca de 25 quilômetros da espécie. “Os talhões da fazenda são divididos e próximo aos piquetes do gado temos o eucalipto com espaçamento em fileiras duplas”, descreve Vitor.
A sombra das árvores proporciona para o gado um maior conforto, já que na região do Paranapanema o clima é quente. “A partir de sete anos já dá para vender esse eucalipto. Faz parte da renda, mas como o visual é bonito, além de dar conforto térmico para os animais, nós não tiramos até o momento. Temos um silo de armazenagem de grãos na fazenda também e só com as partes que caem ou morrem do eucalipto já conseguimos alimentar o secador o suficiente”, conta.
O produtor detalha ainda que quando iniciaram a integração entre os três sistemas na propriedade, contaram com o apoio e incentivo da Cocamar Cooperativa Agroindustrial, de Maringá (PR). “Começamos em um projeto deles em parceria com a Embrapa. Foram na fazenda nos apresentar e meu pai, que sempre foi de mente aberta, ficou tão entusiasmado que resolvemos participar e separamos uma área. Com o tempo, aprendendo nela, a implantação do sistema foi crescendo e hoje chega a praticamente 40% da fazenda. A Cocamar foi pioneira na difusão destas tecnologias em todo o território em que ela atua, e é nossa parceira até hoje”, relembra.
Os Vellini explicam que cada ano um método é aplicado na propriedade. A área recebe primeiramente a soja no verão, em seguida o milho em consórcio com braquiária, e após a colheita do cereal fica o pasto já formado pelo mesmo plantio, este pasto permanece até o começo de setembro com o gado (que dará lugar à soja), sempre com as variedades de forrageiras da Soesp - Sementes Oeste Paulista. E no caso da integração, usam a Brachiaria Ruziziensis. Quando optam por não plantar a soja na sequência, a escolha são as cultivares Mombaça (Panicum maximum) e a BRS Piatã (Brachiaria brizantha) com a exclusiva tecnologia Advanced, sendo o pasto reformado para depois de alguns anos entrar na rotação novamente.
“Éramos somente pecuária até 1994, no ano seguinte começamos a reforma com milho, em 1996 com soja e fomos aprendendo a diversificar. Com a agricultura não dá para perder tempo. Plantamos milho com braquiária, pois ela promove boa cobertura do solo, traz muitos benefícios, em especial para a vida do solo. Após colher o milho, em 15 dias ela já cobriu o solo. A gente só espera o tempo do pasto formar para soltar o gado”, frisa Vitor.
De acordo com ele, quando se faz a reforma de pasto sem uma cultura boa economicamente para amenizar o custo, fica muito oneroso e para o pasto se pagar leva mais tempo. “A soja entrou para amenizar as despesas, pois vem o pasto reformado com menor gasto. A produtividade de uma pastagem nova em cima da soja é fantástica e melhora a capacidade de engorda. Aumentamos a lotação média de 1 UA/ha para 4,5 UA/ha”, avalia o jovem, que é formado em agronomia, com pós-graduação em ILPF e gestão do agronegócio. Para seu pai, César, a fazenda que tem ILPF é muito boa no visual, na produtividade e matéria orgânica. E esse know how que hoje temos foi aprendido com muita dedicação e persistência”, completa.
Fonte: ASSESSORIA DE IMPRENSA
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