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Reintegração de posse em assentamento consolidado gera tensão em Itanhangá
18 de Agosto de 2024 as 08h 23min
Uma das polêmicas é a publicação de um mapa com marcações de novos lotes fracionados – Foto: Canal RuralProdutores rurais assentados pela Reforma Agrária há quase três décadas em Itanhangá estão indignados com a morosidade do Incra na liberação dos Contratos de Concessão de Uso (CCU), documento que o assentado recebe quando é homologado na terra e libera a titularização das áreas entregues.
Uma das polêmicas desencadeadas na região, conforme o setor produtivo, é a publicação de um mapa com marcações de novos lotes fracionados que podem contemplar até quatro famílias a mais em propriedades já ocupadas. A decisão causa revolta e insegurança política no campo.
O agricultor Ivam Franceschet mora na região e explicou em entrevista que dentro dos processos cada produtor tem que se defender. “O que aconteceu aqui nos últimos dias gerou uma grande insegurança jurídica e tensão também. Aí aconteceu os incêndios criminosos. A gente conseguiu conter as chamas e o prejuízo foi pouco, mas teve vizinhos que perderam todo o pasto. Eu estou há mais de 20 anos aqui e nunca houve uma tensão tão grande desse jeito”, afirma.
O produtor possui uma área de 93 hectares há mais de 15 anos dentro do assentamento. Dentro do local, 13 hectares são destinados à reserva legal e o restante para o cultivo de soja, milho e até mesmo fruticultura. Ivam comenta que ainda está em processo de regularização e que por diversas vezes já atendeu as vistorias do Incra.
“Até hoje não tive documentos. Já reuni toda a documentação, já abri processo de protocolo no Incra,várias vezes, mas nada andou. Em 2022 teve um processo no núcleo avançado do Incra na prefeitura e teve um pessoal que conseguiu pegar o CCU. Só que ainda sim, são mais de 20 pessoas com não que já deveria ser titulado e baixado uma resolutiva”, explica.
O CCU é o primeiro documento quando o assentado é homologado na terra. Sem ele, muitos produtores acabam diminuindo o valor dos investimentos nas lavouras pela falta de liberação do Crédito Rural. “Tudo isso, restringe muito crédito e tem muito pouco documento, desde sempre”.
Em 1995 começou a criação do assentamento em cima de três fazendas que juntas somavam em torno de 115 mil hectares. Em 1997 foram assentadas 1.149 famílias e no ano de 2000 criou-se o município de Itanhangá.
A publicação de um mapa com a demarcação de novos lotes fracionados para ocupação de até quatro famílias, em áreas já entregues pelo Incra, é considerada pelos produtores rurais a grande motivação para indignação na região.
De acordo com Ivam, o Incra começou a ajuizar as ações há cerca de dois anos e isso gerou apreensão entre os assentados.
“Cada um responde o seu processo e tranquilo. Porém, de um mês para cá, começou a ter ações de reintegração. Quem não tem um problema judicial, está pleiteando na justiça o seu direito. Tem pessoas a quase 25 anos com o título registrado e quitado que tem sua área sendo fracionada”, pontua.
Leonir Beal também é produtor rural na região e adquiriu uma área de 100 hectares onde cria porcos, galinhas e um pequeno rebanho leiteiro de 16 animais. “Não é só o meu mas é dos vizinhos também, está na retomada como diz o outro, eu não sei o que vai acontecer, um dinheiro bom que a gente está gastando com o advogado, não tem da onde tirar mas você tem que gastar”, finaliza.
Fonte: DA REPORTAGEM - Canal Rural
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