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Resiliência e otimismo guiam as apicultoras de Chapada
30 de Outubro de 2024 as 08h 46min

Empreender mesmo sem conhecimento é possível. E é o que três mulheres, pequenas produtoras, em Chapada dos Guimarães fizeram ao arriscar na produção de mel e hoje sonham continuar crescendo na apicultura.
A apicultura entrou na vida dessas três mulheres há três anos. Uma alternativa para melhorar a renda e alimentar a esperança com o futuro. Mesmo sem conhecer tecnicamente a atividade, elas superaram os desafios com o apoio do Senar MT.
A ideia de empreender na apicultura, segundo Rosilei Aparecida da Silva, surgiu de uma técnica da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) após uma visita à comunidade, na qual observou que o solo era “fraco”.
Rosilei conta que após a ideia de a apicultura surgir por parte da técnica da Empaer, a mesma disse que era preciso buscar o Senar Mato Grosso e formar um grupo de dez pessoas. “E eu fui em busca da dona Antônia, da Maria e mais outras pessoas e demos início ao curso”.
Maria Aparecida dos Santos morria de medo de abelhas. Hoje, conforme a cozinheira, “me tornei uma grande amiga delas”. “Para mim foi muito bom. Eu me sinto bem”. O trio é completado por Antônia Gomes Lima. Ela conta que já tinha conhecimento sobre a vida das abelhas, porém não sabia como cuidar de uma. “Eu achava que elas nos davam apenas mel. Hoje eu sei e valorizo a vida das abelhas”.
O curso do Senar MT mostrou para as produtoras, conforme Rosilei, todos os passos desde a captura das abelhas, como cuidar, as práticas de manejo, de doenças, entre outros.
“O curso foi muito importante para nós. O passo seguinte foi capturar as abelhas, saber lidar com elas. A dificuldade de nós três foi a de comprar o macacão, de adquirir o fumigador, de comprar as luvas, porque os custos da apicultura são bem caros”.
As caixas, outra dificuldade devido seu custo, elas e os demais participantes do curso conseguiram através de um ofício encaminhado para a Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf-MT).
“No encerramento do curso chegou o caminhão com as caixas. A felicidade nossa era tamanha que no dia mesmo já fizemos o tratamento delas”, lembra Rosilei.
Hoje, o Senar MT conta com um treinamento focado em apicultura que abrange desde o ensino básico da atividade, ao intermediário e o avançado, de acordo com o supervisor regional, Rodrigo Gonçalves.
Com o conhecimento adquirido sobre a atividade em dia e os equipamentos em mãos, as apicultoras de Chapada dos Guimarães deram início à produção e gradativamente os resultados começaram a aparecer. Todas conseguiram multiplicar o número de enxames de abelhas.
A dona Rosilei chegou a colher 90 quilos de mel em um único ano. A dona Maria 60 quilos e a dona Antônia registrou 40 quilos em uma temporada. Este ano a expectativa era grande, mas a falta de chuvas prejudicou a florada e, consequentemente, a produtividade das abelhas.
No sítio da dona Antônia o cenário de destruição causado pelo fogo revela que o desafio foi ainda maior. Ela conta ao Sena Transforma que deverá colher entre um e dois quilos de mel apenas, porque prefere deixar a produção como alimento para as próprias abelhas. “Como queimou tudo, não tem florada, eu preferi deixar o mel para as abelhas para não perder elas. As abelhas não ficam onde não tem florada. Elas iam embora. Então, preferi deixar o mel para elas se alimentarem”.
Questionada se a situação vivida neste ano em seu sítio é suficiente para fazê-la desistir da apicultura, dona Antônia é enfática ao dizer “Nunca!”.
“De jeito nenhum. Eu nunca vou desistir de cuidar de abelhas, porque hoje eu conheço a vida delas. Eu sei como elas são. E as abelhas são como nós. Elas são persistentes, não desistem nunca”.
Fonte: DA REPORTAGEM - Canal Rural
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