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Série Maid fala sobre maternidade, mãe solo, violência doméstica e pobreza
Narrativa é muito mais real quando a colocamos na perspectiva do Brasil
15 de Outubro de 2021 as 07h 30min

Esteja preparado para assistir aos 10 episódios da minissérie Maid (faxineira, em tradução do inglês), que estreou em 1º de outubro na Netflix. Ela toca em lugares e situações dentro de você que talvez nem estejam diretamente relacionados com a narrativa. Mas, apesar de difíceis, são questões que valem ser revisitadas e, então, ressignificadas.
A série traz à tona muito mais do que, provavelmente, sua proposta inicial, que é jogar luz na violência doméstica, na pobreza, embates do sistema público e todas as suas implicações. É sobre maternidade, depressão, pânico, falta de apoio e a volta por cima quando se tem ao lado uma criança que depende dos seus cuidados.
Inspirada no best-seller (e história real) Maid: Hard Work, Low Pay, and a Mother’s Will to Survive (Faxineira: Trabalho Duro, Salário Baixo e a Vontade de uma Mãe para Sobreviver), de Stephanie Land, Maid, criada pela showrunner Molly Smith Metzler, conta a trajetória de Alex (Margaret Qualley) - mãe da pequena Maddy (Rylea Nevaeh Whittet), 2 anos, que vive um relacionamento abusivo com o companheiro Sean (Nick Robinson) e decide fugir com a filha em busca de uma vida melhor.
Sem poder contar com auxílio da mãe bipolar, interpretada por Andie MacDowell (mãe de Margaret na vida real), nem de seu pai, por uma relação que nunca aconteceu, Alex se vê sozinha ao sair no meio da noite da casa (um trailer) de Sean e busca auxílio do governo para ter ao menos onde a filha dormir.
Esse é um dos pontos da série que revela o que muitas mulheres passam, sobre a real definição de violência doméstica. Ao ser questionada pela assistente social sobre o motivo que a levou a estar desabrigada com uma criança, Alex não sabe exatamente o que falar quando é questionada sobre que tipo de violência, de fato, sofreu. Para ela, ter um namorado alcóolatra e envolvido com drogas, que, rotineiramente, arremessava objetos na parede, na frente da filha, que gritava e a oprimia não a colocava no lugar de uma vítima de violência doméstica, já que “não havia marcas pelo seu corpo”, como dizia.
Não é fácil para a jovem mãe solteira admitir que era, sim, vítima de violência, e aceitar que tinha o direito de ser alojada em um abrigo de mulheres que sofreram de formas distintas. Mas era exatamente nesse local que Alex encontraria uma mola propulsora para restabelecer sua dignidade, receber comida, roupa, buscar emprego e retomar a vida. Não tão simples e de primeira como isso...
É como faxineira que Alex encontra saída para ter direito a uma creche para a filha, apesar de praticamente pagar para trabalhar. Em um trabalho duro, com limpezas pesadas em casas de todos os tipos, ela precisa enfrentar, ainda, o abuso psicológico de outras profissionais que assumem o expediente com ela. Mais uma vez a vulnerabilidade da mãe solteira serve como isca para mais exploração.
Mas é também de casa em casa que Alex vai colhendo histórias dos moradores e as escrevendo em um diário. Sim, Alex é uma escritora, que abandonou o curso de Escrita Ativa, na Universidade de Montana, pela vida que levava com o namorado.
Apesar de tanta batalha, a vida de Alex e sua filha segue um rumo cada vez mais difícil, sufocante e angustiante, em meio a uma narrativa que direciona para todos os finais infelizes possíveis. É impactante – e toda mãe vai se reconhecer – o quanto ela blinda a pequena Maddy do submundo que vivem, não deixando que a menina perca a fantasia, o sonho e a infância. Dói na alma a cena – alerta spoiler! – em que a filha pede uma calda para sua panqueca no café da manhã e Alex brinca que a calda imaginária é a mais deliciosa de todas e a coloca no prato da pequena.
Respire fundo para as idas e vindas da trama, que, por vezes, provoca raiva e indignação, mas dá uma aula de compaixão, amor e a importância da real rede de apoio. No site Rotten Tomatoes, que agrega críticas de cinema e TV, a série teve 96% de aprovação até o momento, com o seguinte consenso crítico: Maid tem muito cuidado com um assunto delicado ao criar um drama que não é fácil de assistir, mas inegavelmente poderoso, com uma atuação excecional de Margaret Qualley.
Fonte: DA REPORTAGEM
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