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Safra de MT cresce, mas exige atenção a riscos no campo
09 de Junho de 2025 as 05h 09min

Com perspectiva de alta na produção de milho e maior espaço para o sorgo, Mato Grosso se prepara para uma nova safra que mistura otimismo e cautela. O ciclo 2025/26 promete bons resultados, mas também exige vigilância frente aos desafios climáticos, à pressão crescente de pragas e à complexidade do manejo das lavouras. Planejamento, tecnologia e controle eficiente devem ser as bases para garantir a produtividade no maior estado produtor de grãos do país.
Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a produção estimada de milho na safra 2024/25 é de 48,88 milhões de toneladas, o que representa crescimento de 3,63% em relação ao ciclo anterior. A área plantada aumentou para 7,11 milhões de hectares, enquanto a produtividade média subiu para 114,54 sacas por hectare — um desempenho atribuído às condições climáticas favoráveis até o fim de abril.
Além da força na produção de grãos, Mato Grosso lidera com folga a produção de etanol de milho no Brasil. Em 2024, o estado foi responsável por 68% do total nacional, com 5,62 bilhões de litros processados a partir de 12,5 milhões de toneladas do cereal. Para a próxima safra, a projeção é de 7,03 bilhões de litros — 5,98 bilhões só de etanol de milho — com a entrada em operação de novas plantas industriais.
As expectativas vão ainda mais longe. Para 2033/34, o volume produzido pode atingir 12,62 bilhões de litros, segundo projeções, impulsionando a bioenergia no país e consolidando Mato Grosso como epicentro dessa transformação energética no campo.
Mas, para chegar a esses números, o campo terá que lidar com obstáculos crescentes. O engenheiro agrônomo e gerente de Marketing Regional da IHARA, Gustavo Corsini, destaca que o planejamento já começou com a compra antecipada dos insumos. Para ele, o ciclo que será semeado em 2026 exigirá tomadas de decisão assertivas e controle rigoroso. “O monitoramento constante e o manejo integrado são essenciais para evitar perdas, principalmente com pragas que já causaram prejuízos expressivos em safras anteriores”, afirmou Corsini.
O cenário de janelas de plantio mais curtas, devido às variações no clima e ao encurtamento do período entre colheita e nova semeadura, também impõe pressão. A adoção de tecnologias que otimizem o uso de defensivos e ampliem a eficiência no manejo será determinante.
SORGO GANHA ESPAÇO
Paralelamente, o sorgo desponta como alternativa viável em regiões com menor oferta hídrica, graças à sua tolerância à seca e ao bom desempenho no mercado. Tradicional no Cerrado, o grão tem atraído o interesse de produtores que buscam opções mais resilientes.
Em Goiás, segundo a Consultoria Cogo Inteligência em Agronegócio, a área plantada com sorgo deve subir 2,2% em 2024/25, totalizando 393 mil hectares. A produção esperada é de 1,375 milhão de toneladas, alta de 3,2% sobre a safra anterior. A tendência é que o cultivo continue crescendo em outras regiões, inclusive em Mato Grosso, como estratégia para reduzir riscos e diversificar as fontes de receita.
Diante de um futuro promissor, mas complexo, o campo mato-grossense caminha para uma safra que exigirá mais do que produtividade: será preciso resiliência, técnica e visão estratégica para colher os bons frutos.
Fonte: DA REPORTAGEM - Canal Rural
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