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Taxa de lotação de animais equivocada pode comprometer qualidade da pastagem
23 de Janeiro de 2025 as 12h 24min
Pasto “rapado” ou “passado” são problemas que o pecuarista precisa observar – Foto: AssessoriaA pastagem é fundamental para a produção pecuária. Além de ser a fonte primária de alimentos para os animais, fornecendo nutrientes essenciais e colaborando com a produção de leite e carne, pode contribuir para a redução dos custos nas propriedades, e com a sustentabilidade. Porém, essa importante ferramenta requer atenção, principalmente no manejo, para evitar problemas comuns como o pasto "rapado" e o pasto "passado".
De acordo com Wayron Castro, zootecnista e técnico de sementes da Sementes Oeste Paulista (Soesp), os problemas ocorrem quando o produtor comete erro no ajuste da taxa de lotação: "O pasto fica 'rapado' quando ele coloca mais animais na área do que ela suporta. Já o pasto 'passado' é o contrário, quando há menos bovinos na área", destacou.
Este desequilíbrio também ocorre quando o pecuarista mantém a mesma lotação de animais no pasto, durante todo o ano. De acordo com Castro, geralmente na época das águas, a capacidade de suporte da pastagem é maior. Porém, nos períodos de seca, ocorre uma estacionalidade da forrageira, que para de produzir.
Desta forma, ao manter a mesma taxa de lotação, o pasto vai sendo 'rapado', comprometendo o rebrote para o próximo ciclo. "A planta precisa ter uma altura mínima, uma reserva, para que, quando receba os estímulos de sol e nutrientes, faça a fotossíntese", detalhou o especialista.
Também é importante observar que existem dois conceitos distintos:
Taxa de lotação: é aquela que o pasto suporta de animais.
Capacidade de suporte: é o que a forrageira consegue entregar na produção. “Para chegar nessa equação, nossa orientação é que o produtor faça coletas de cada pasto ao longo do ano para analisar mês a mês a capacidade de cada pasto”, orienta o técnico de sementes da Soesp.
Além de atenção com a qualidade e capacidade do pasto, é necessário que o produtor tenha cuidado ao planejamento do trato dos animais no período das águas.
“Por exemplo, se no período das chuvas a fazenda suporta a lotação de três animais por hectare, na época da seca esse número reduz para um. Ou seja, é necessária uma estratégia para ter volumoso e não deixar faltar alimento para os outros dois animais, seja silagem ou feno”, explicou Castro.
Ao não realizar esse planejamento, quando chega o meio do ano, entre julho e agosto, provavelmente o criador não terá mais pasto de qualidade para servir aos animais e terá que buscar alternativas, como, por exemplo, arrendar áreas vizinhas ou, na indisponibilidade, recorrer a lugares mais distantes.
Em situações assim, além de desembolsar um valor muito maior por cabeça para a engorda, ele terá que submeter os animais ao deslocamento para longas distâncias. “Produzir silagem ou volumoso na propriedade é muito mais vantajoso e mais seguro, pois o rebanho não terá que sair da propriedade, evitando os riscos de transporte. Portanto, é preciso planejamento, pois tanto o pasto 'rapado' quanto o pasto' 'passado' são ruins”, disse o zootecnista.
Fonte: DA REPORTAGEM
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