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Domingo, 14 de Setembro de 2025

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Teatro da mordaça

06 de Agosto de 2025 as 12h 13min

A cena é digna de um episódio de sátira política. Deputados estaduais de Mato Grosso, eleitos para representar uma população que clama por saúde, segurança, infraestrutura e transparência, decidiram interromper os trabalhos na Assembleia Legislativa para protestar contra... a prisão de Jair Bolsonaro. Sim, é isso mesmo.

Vestidos com camisetas do ex-presidente e entoando gritos de ordem, os parlamentares do PL transformaram o plenário em palanque — ou melhor, em palco de nostalgia ideológica.

Não se discute aqui o direito ao protesto. Ele é legítimo, faz parte do jogo democrático. Mas há protestos e protestos. E há também prioridades. Enquanto o Mato Grosso enfrenta desafios reais e urgentes, como a crise na saúde pública, o aumento da criminalidade no interior e a falta de políticas eficazes para o desenvolvimento sustentável, nossos representantes optam por encenar um ato político que, na prática, nada muda — além de render manchetes constrangedoras e alguns aplausos de ocasião.

Talvez seja o caso de sugerir que mantenham esse roteiro. Afinal, como personagens de um teatro improvisado, causam menos dano quando atuam do que quando legislam. Fosse a mesma energia canalizada para debater projetos estruturantes ou fiscalizar os gastos públicos, a população talvez tivesse algo mais concreto a comemorar do que gritos de “Bolsonaro livre” ecoando pelas paredes da Assembleia Legislativa.

O mais curioso é que os autores do protesto se dizem guardiões da liberdade, mas não hesitam em atacar instituições quando elas não lhes servem. A seletividade no uso das bandeiras democráticas é, no mínimo, conveniente.

Questionar decisões judiciais é parte da democracia. Mas infantilizar o debate político e tentar transformar o Parlamento em comitê eleitoral permanente só evidencia o vazio de ideias — e de propostas — de parte da nossa classe política.

Enquanto a economia brasileira tenta se recuperar, e estados como o nosso lutam por maior autonomia e desenvolvimento, o que ganhamos com esse tipo de encenação? A resposta é simples: nada. Apenas mais um episódio da série “Brasília é logo ali”, onde o foco é o holofote, e não o povo. Que sigam assim. Quando atuam nesse teatro ideológico, pelo menos não estão mexendo no bolso do contribuinte com propostas inócuas ou legislações questionáveis. Já é algum consolo.

Fonte: EDITORIAL

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