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Domingo, 06 de Julho de 2025

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“Todo Dia a Mesma Noite” faz justiça às famílias das vítimas da Boate Kiss

02 de Fevereiro de 2023 as 10h 00min

Produção da Netflix capricha na direção, mas tropeça em seu texto – Foto: Divulgação

Em 27 de janeiro, a tragédia da Boate Kiss completará dez anos. O incêndio matou 242 pessoas e uma década depois ainda não tem uma definição exata no que diz respeito a seus culpados.

A boate – ou o que restou dela – ainda está de pé, com a logo “Kiss” que ficou conhecida no mundo inteiro, empoeirada pelo tempo e afetando todos que passam em suas rotinas pela Rua das Andradas. Essa foi uma tragédia de detalhes perturbadores, que vitimou jovens universitários com as vidas todas pela frente e que chocará todos nós, não importa quanto tempo passe.

Todo Dia a Mesma Noite, o livro de Daniela Arbex no qual a minissérie homônima da Netflix se baseou, foi lançado em 2018. Nele, Daniela separa os capítulos contando os horrores que viveram as famílias dos jovens mortos ou feridos na boate.

Algumas histórias foram selecionadas por ela e parte dessas histórias chegou até o roteiro da minissérie de Julia Resende e Carol Minêm. Nas páginas da obra de Daniela, a linguagem é bastante direta, documental, claramente jornalística; o que proporciona à adaptação a chance de deixar essa narrativa mais envolvente e emocional.

Para a maioria das pessoas que derem play na minissérie haverá muita curiosidade sobre o incêndio em si. O livro passa pelos acontecimentos de dentro da boate de maneira pontual e, em grande parte, mais para o final das páginas.

A minissérie toma uma decisão mais linear e começa com o dia da festa que reuniu os jovens na casa noturna. Isso é necessário para que nos episódios seguintes o público se envolva com as famílias desses jovens, já que, de fato, o livro de Daniela é sobre eles e não se aprofunda exatamente nas vítimas diretas.

A produção da minissérie fez um trabalho esmerado na reconstrução dos eventos daquela noite. O interior e o exterior da boate parecem exatamente iguais aos originais.

Contudo, é possível notar como o roteiro e a direção se esquivam um pouco de explorar os detalhes de como funcionava a casa noturna, quais eram seus espaços, suas saídas, como eram os banheiros onde a maioria das mortes aconteceram; além de evitar mostrar melhor como era a rotina da casa.

Tudo isso poderia ter sido ilustrado com sequências entre os personagens e também ajudaria a desmascarar ainda mais todo ciclo de negligências que resultaram na tragédia.

É como se a minissérie tivesse certa pressa em escapar de dentro da boate, quase tanto quanto os personagens. Assim que o incêndio começa, as câmeras lideradas por Julia e Carol são guiadas para retratar a escuridão e o pânico com o maior realismo possível.

Os depoimentos de sobreviventes naquela época estenderam os acontecimentos de uma maneira que proporcionou uma compreensão melhor do que teria acontecido lá dentro; mas a direção tomou a decisão de ser mais direta, o que é perfeitamente compreensível diante das circunstâncias.

Porém, quando chegamos ao estudo de caso dos episódios seguintes, ficam algumas lacunas que preenchemos com nosso conhecimento prévio e não exatamente com o que a minissérie mostra.

Fonte: DA REPORTAGEM

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