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Quarta Feira, 08 de Maio de 2024

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Vereadores de Sinop fecham as portas da Câmara para comunidade LGBTQIA+

05 de Julho de 2022 as 05h 51min

Proibição ocorreu no último dia 28 de junho – Foto: Divulgação

No último dia 28 de junho a Câmara de Vereadores de Sinop passou por um constrangimento que ficará marcado em sua história. Neste dia, estava marcada uma audiência pública que discutiria políticas públicas de diversidade para a população LGBTQIA+.

Para que a audiência pudesse ser realizada, era necessário a assinatura de pelo menos um membro da Comissão de Direitos Humanos da casa, que é representada pelos vereadores Moises do Jardim do Ouro (PL) como presidente, Celsinho do Sopão (Republicanos), relator, e Dilmair Callegaro (PSDB), membro.

Desses, os dois últimos assinaram o documento que dava autorização, mas no dia em que o encontro seria realizado, chegou um documento destinado à Mesa Diretora que cancelasse a referida audiência. E o argumento? Os mais esdrúxulos e incoerentes possíveis.

A alegação foi de que na solicitação feita pela vereadora Professora Graciele (PT), não havia ficado claro que o real objetivo da reunião seria a “promoção” do movimento LGBT.

A este jornalista, na semana passada o vereador Moisés chegou a declarar: “os vereadores da comissão me informaram que o requerimento da vereadora quando pediu que os mesmos autorizassem a referida audiência não tinha ficado bem claro quanto à centralidade da discussão girar em torno promoção do movimento LGBTQIA+, portanto os dois vereadores manifestaram interesse em cancelar audiência até mesmo porque ganhou um certo movimento popular contra (sic) em reunião hoje pela manhã. Em discussão, ficou claro que os vereadores não queriam (sic) que a audiência acontecesse. Elaboramos um documento, pedimos ao presidente da Casa que suspendesse a referida audiência”, disse o vereador em resposta via WhatsApp.

Importante destacar aqui o trecho onde é citado que houve “um certo interesse” em cancelar a audiência pública por ela ter ganhado “um certo movimento popular contrário à realização”.

Mas qual o motivo dessa movimentação toda contra algo que tinha o único intuito de discutir formas de acabar com a discriminação, e até mesmo com casos de agressão contra dessa comunidade tão humilhada? Mato Grosso é o segundo estado que mais mata pessoas de orientação sexual homossexual.

DISCURSO DE GRACIELE

Na sessão de ontem (4), a primeira depois do ocorrido, a vereadora Graciele usou de sua palavra em plenário para rebater o que ela classificou de ‘revoltante e vergonhoso’.

Foi sobrea na argumentação, colocou em xeque a própria Casa de Leis que permitiu que algo assim acontecesse, sendo que essas pessoas proibidas de entrar na Câmara de Vereadores também são contribuintes e eleitores, pagam seus impostos e também votam, e por isso, têm o direito de também serem representados.

Graciele voltou a colocar na parede os vereadores membros da Comissão de Direitos Humanos que argumentaram também que propaganda em escola estava sendo feita. Ela provocou os vereadores a provarem tais acusações ao Corregedor da Câmara.

“Aquele slogan ‘Sinop Terra de Toda Gente’ vocês podem jogar no lixo. Porque essa não é terra de toda gente, pelo menos não para esta Casa de Leis. A comissão de Diretos Humanos desta casa não defende mulheres, não defende negros e não defende pessoas LGBT. As diretrizes que regem esta comissão são muito claras. Deve ela zelar pelo cumprimento da declaração do direito universal dos direitos humanos, opinião sobre denúncias de violência especialmente praticado contra as minorias, que era esta pauta da audiência pública. A maioria dos vereadores que aqui estão são cristãos. Olhem para a história de Jesus e para o exemplo que tem lá. O que fere na existência de vocês a realização de uma audiência pública?”, bradou a vereadora.

Os vereadores erraram e erraram feio. Erraram os protagonistas pelo cancelamento, os membros da Mesa Diretora por acatar e os demais por se calarem diante de tal ato de caráter preconceituoso que vai manchar para sempre a Câmara de Sinop.

O dia 28 de junho de 2022 ficará marcado como o dia em que a Casa do Povo se virou contra o seu povo.

Fonte: CLEMERSON SM

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