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Quinta Feira, 16 de Outubro de 2025

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Você ri, mas eles te convencem: o poder persuasivo dos memes

16 de Outubro de 2025 as 06h 22min

Eles fazem rir, mas também fazem pensar — e, às vezes, acreditar. Por trás das piadas que circulam nas redes, há muito mais do que humor: existe discurso, influência e, não raro, manipulação. Você já riu de um meme hoje? 

Provavelmente sim. Talvez tenha recebido no grupo da família, mandado para um amigo ou simplesmente rolado o feed até encontrar aquela imagem que te fez rir por dois segundos e esquecer o resto do dia. Mas o que parece apenas diversão pode carregar muito mais do que humor.

Os memes são o novo idioma da internet, rápidos, sarcásticos e irresistivelmente compartilháveis. Misturam crítica, ironia e criatividade com a velocidade de quem atravessa fronteiras em segundos. Em uma única imagem, cabe uma tese, uma campanha política e, às vezes, uma manipulação. O que antes era piada virou discurso. O que era brincadeira virou ferramenta de poder.

O meme não pede licença pra entrar. Ele chega leve, engraçado, colorido, e, quando você menos percebe, insinua uma ideia de forma convincente. Pode ser uma opinião política, uma crítica social ou até um reforço de estereótipos. A força do meme está justamente nisso: no disfarce do riso.

De forma quase hipnótica, eles se espalham, moldam comportamentos e definem narrativas. São o marketing que a gente consome sem perceber, o discurso travestido de diversão. Enquanto você ri, o meme convence — e o algoritmo aplaude.

O mesmo humor que aproxima também pode ferir. Há memes que constroem pontes — e há os que alimentam preconceitos, humilham e espalham desinformação.

A Constituição Federal, em seu artigo 5º, protege o direito de se expressar, mas também a imagem, a honra e a dignidade das pessoas. O artigo 186 do Código Civil deixa claro: quem causa dano a outro, ainda que em “brincadeira”, comete ato ilícito — e deve reparar. O riso é livre, mas a ofensa tem preço.

Os memes são o termômetro do nosso tempo. Refletem o que 
pensamos, o que sentimos e, principalmente, o que tememos. Transformam o banal em extraordinário, a dor em ironia e a indignação em criatividade. São pequenas doses de alívio em meio à avalanche de notícias — uma forma coletiva de dizer: “A gente ainda consegue rir”.

Mas é bom lembrar: o humor também comunica. Cada compartilhamento é um ato de linguagem. Cada riso, um gesto de concordância. Os memes falam de nós, sobre nós e, às vezes, por nós. Rir é humano. Mas rir com consciência é essencial.

O meme é uma das criações mais geniais da era digital: simples, veloz, democrático. Ele pode libertar, denunciar, criticar — mas também pode ferir, distorcer e destruir. Da próxima vez que um meme te fizer rir, reflita antes de compartilhar.

Talvez, por trás daquela piada, exista uma mensagem cuidadosamente desenhada para te convencer. Porque os memes são muito mais do que imagens, trazem interesses, ideologias e intenções que, muitas vezes, passam despercebidos. São ideias — e ideias, a gente precisa saber se deve ou não espalhar.

ANDREA MARIA ZATTAR É ADVOGADA TRABALHISTA, MEMBRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS MULHERES DE CARREIRA JURÍDICA – ABMCJ

Fonte: ANDREA MARIA ZATTAR

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